12 de julho de 2009

PRECONCEITO: UMA PATOLOGIA SOCIAL




“Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito.” (Albert Einstein)

Caso se pesquise o significado da palavra preconceito no dicionário da língua portuguesa será encontrado os seguintes dizeres: conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério.

Preconceito pode ser considerado um julgamento antecipado a respeito de algo antes de se ter um conhecimento aceitável, sendo assim é considerado por muitos estudiosos como sinônimo de ignorância e alienação.

O renomado ator brasileiro de teatro, televisão e cinema Paulo Paquet Autran (1922-2007), ja dizia que: “Todo preconceito é fruto da burrice, da ignorância, e qualquer atividade cultural contra preconceitos é válida”.
O preconceito se manifesta de forma perversa, desdobra-se de várias formas e parte de diferentes indivíduos.

Preconceito contra homossexuais, deficientes físicos e mentais, concepções religiosas e políticas, mulheres, raças, classes baixas, idosos, ciganos, índios, prostitutas, nordestinos, ex-usuários e ex-presidiários, judeus, membros dos movimentos dos sem terras e sem dos tetos, entre outros.

O preconcento ocasiona danos e traumas terríveis a suas vítimas.

Algumas pessoas julgam possuir um grau de superioridade moral, intelectual e até mesmo física acima de outras. Uma cor, seja ela amarela, negra ou parda, passa a definir as qualidades e capacidades de um ser humano. A falta de um dos membros inferiores ou superiores, da visão ou da audição, torna um indivíduo, para alguns, totalmente incapacitado.

Uma criança com Síndrome de Down é taxada como retardada e impossibilitada de desenvolver qualquer tipo de habilidade. Adeptos da umbanda e do candoblé são interpretados como “macumbeiros” e nocivos a sociedade. Sem terras e sem tetos são apenas vagabundos e desordeiros e não trabalhadores lutando por justiça social. Os homossexuais são também considerados verdadeiros males sociais, desvios da natureza humana e deveriam, mesmo contra a vontade, exercer uma vida sexuual conforme a sociedade deseja e impõe. Mas como pode ser notado nestes exemplos, o preconceito é filho da falta de conhecimento, da ignorância, da alienação, da pobreza de espírito e da opinião sem julgamento.

Mesmo o Brasil sendo considerado o país das diferenças, estes preconceitos são latentes. Os negros ainda são alvos de preconceito, expressando-se na sua própria posição social, pois ainda ocupam cargos inferiores nas empresas e poucos tem acesso as universidades.

As cotas para negros nas universidades são exemplos claros deste preconceito, onde vagas são oferecidas para pessoas de cor em instituições públicas, como se não tivessem a capacidade de disputar, como qualquer outro cidadão branco, a uma vaga. O problema não esta na cor, mas sim nas desiqualdades socias, as quais atingem todas as cores.

Mas muitas vezes os próprios negros são agentes do preconceito, formando seus núcleos e discriminando os chamados “branquelos”.
Leis foram e estão sendo criadas, procurando defender os direitos dos negros e das mulheres. Mas vários grupos ainda continuam lutando pelos seus direitos de viverem dignamente, como é o caso do Movimento Gay. As paradas do orgulho Gay que vem sendo realizadas em todo o mundo e particularmente no Brasil, cuja parada de São Paulo já é considerada a maior do mundo, representam não somente a força que este movimento vem adquirindo nos últimos anos, mas também seu poder de reinvidicação junto a sociedade por respeito e proteção de seus direitos.

Em Campina Verde também é notável as manifestações de preconceitos. Há uma sepação social que faz surgir duas cidades, localidades ricas e outras totalmente marginalizadas e negligenciadas, lembradas apenas em épocas de eleições. Nos bares e boates é visível a separação de grupos de acordo com seus poderes aquisitivos. Outro preconceito que se manifesta recentimente na cidade é com relação aos nordestinos, apontados por muitos como propensos propagadores da desordem e da bandidagem, sendo que os índices de roubos na cidade apontam para os moradores de longa data.

O preconceito no mundo atual não leva os discriminados para os campos de concentração como na época de Adolfo Hitler (1889-1945), atualmente ele se apresenta de forma mascarada. As pessoas não se julgam preconceituosas, mesmo não contratando um gerente deficiente ou negro, não aceitando um filho homossexual, olhando o vizinho do terreiro de umbanda de lado ou criticando aquele que acabou de sair da prisão.

Mas os preconceituosos que mudem seus conceitos, pois os índices de conquistas são reveladores. As Paradas do Orgulho Gay tomam as principais cidades do Brasil com cada vez mais força, sendo que os homossexuis apresentam um dos maiores poderes aquisitivos do mundo; as mulheres vêm adquirindo postos de trabalho mais superiores e bem remunerados que dos homens; o movimento do sem terra tem por meio de suas atuações conseguido realizar paulatinamente a reforma agrária no Brasil; deficientes físicos vem demonstrando suas potencialidades, derrubando tabus; e por fim os negros estão conquistando espaço e respeito e futuramente provavelmente um negro ocupará o cargo mais importante do mundo, a presidência dos Estados Unidos da América, Barack Obama (Candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos em 2008).


Lucas Ribeiro Silva – Graduando do 8º Período em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU – Uberlândia – MG)


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