8 de setembro de 2009

MOVIMENTO SEM TERRA FAZ MAIS UMA OCUPAÇÃO...


Na madrugada de ontem, um grupo do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) ocupou a fazenda Rio das Pedras, no km 1 da estrada para Miraporanga, aos fundos do bairro Morada Nova, na zona Leste de Uberlândia. Cerca de 110 famílias estão abrigadas em 70 barracas de lona e entraram na área de 650 hectares por volta de 1h.

De acordo com a Polícia Militar, quando as viaturas chegaram ao local, às 3h, o caseiro, identificado como Fabiano, havia sido feito refém por cerca de duas horas, enquanto o acampamento era montado. A organização do movimento recebeu a reportagem do CORREIO de Uberlândia na porteira da fazenda. Segundo Vander Nogueira Monteiro, um dos coordenadores do grupo, os sem-terra não coagiram o funcionário. “Nem armas temos aqui. O caseiro saiu quando ele quis. Até convidei para participar da nossa luta”, afirmou.

Monteiro disse que a justificativa para a ocupação da área é a improdutividade da terra. “Aqui não é produzido alimento. Além disso, é muita terra na mão de uma pessoa só. No nosso movimento, ela vai ser dividida entre 50 famílias”, disse.
Ele informou, ainda, que esta ocupação não será a única na região. “Nossa luta continua. Não temos o menor interesse de sair daqui e já identificamos outras áreas improdutivas no Triângulo Mineiro. Qualquer uma destas terras poderá ser ocupada logo”, disse.

Os sem-terra ocuparam toda a extensão da fazenda e, por enquanto, dormem em barracas de bambu e lona, sem energia elétrica, no entorno da sede. O abastecimento de alimentos é feito por outros grupos do movimento, assentados na região. De acordo com Monteiro, 28 crianças estão no local. “Somos trabalhadores rurais em busca de um chão para produzir para a população de Uberlândia. Não somos bandidos nem ladrões”, disse o coordenador.

Produtor se sente lesado e quer justiça

O produtor rural que arrenda a terra há cinco anos, André de Almeida Santos Machado, contestou a informação de que a fazenda seja improdutiva. Ele afirmou que planta soja, sorgo e milheto na área. Segundo ele, na sexta-feira ele terminou de colher 70 toneladas de sorgo na fazenda, que ainda estão armazenadas próximo da sede.

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